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Karma

De repente, o lobo se deu conta da desgraça que caiu em tanta gente. A violência tinha separado os reinos dos porquinhos da Índia completamente. Ele era em parte responsável por essa rebeldia. Sentiu a culpa e a tristeza dos atos de covardia. Respirando profundamente, aliviou a sua taquicardia e perdoou-se pela consciência tardia. Por outro lado, para alguns porquinhos a situação muito tinha se agravado, e reagiram como soldados até os dentes armados. Violência atrai mais violência. É a lei do karma trazendo a consequência. A lei da ação e reação, que movimenta o universo com eficiência. Tudo que fazemos retorna inevitavelmente. A prática do mal gera o mal indefinidamente, se a pessoa não se transformar, nem que seja paulatinamente. Praticar o bem faz prosperar o bem, levando a pessoa mais além. Portanto, quem planta, colhe!  Quem está na chuva que se molhe. Quem planta escolhe, mas depois de plantado o passado não se recolhe.  Numa estória antiga dos três porquinhos, um lobo come os dois primeiros coitadinhos, que são preguiçosos e fraquinhos. Já o último porquinho, chamado de Heitor ou Prático, que é muito enfático e trabalhador, come o lobo mau com muito ardor. Na lareira de sua casa o lobo é cozinhado no calor. Sem tirar nem por, o terceiro porquinho acaba comendo seus irmãozinhos, sem se indispor. Que história mais sem amor! O lobo-cordeiro se concentrou e Deus prontamente lhe convocou: “para restituir a paz entre os reinos, seja o exemplo verdadeiro da transformação que em você mesmo se operou. Leve o amor para onde quer que você for”. Então, ele teve uma ideia genial. Convidou Zaza e Cris para fazer uma festa bem legal. Todos se animaram com a ideia, acharam sensacional. Passado o vendaval, a paz é um grande festival.

- Pode deixar que eu providencio a música - disse Zaza toda simpática e única.

- Já eu posso conduzir uma prática de Yoga - Cris retirou suavemente as palavras de sua boca.

- Meus amigos, está tudo muito bom. Todos no tom, cada um com o seu dom. Mas, realmente, tem um pequeno problema para reuinir toda essa gente. Como entregar os convites? Como convidar Lú e seus parentes? Como vencer a fortaleza do reino de Lutero, aquele que é muito belo, nesse entrementes? Tanta segurança afasta qualquer sujeito suspeito. Como abrir o coração desse jeito? – o lobo-cordeiro ficou preocupado em como poderá ser aceito.

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