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A PROVAÇÃO

 

A campainha tocou. O porquinho Lú logo pensou em outro lobo que a armadilha capturou: 
- Oba! Hoje a comida terá mais de uma arroba, quem sabe não será uma loba?
Entretanto, a empolgação com a comida farta fez com que a prudência fizesse falta. Quando ele abriu a porta, entrou uma loba má com a voz alta. O porquinho ficou com a garganta travada. Há tempos aquela casa era cobiçada e, pela observação, a misteriosa armadilha foi desvendada. 
- Uahaoua!!! Eu vou te comer!!! – gritou a loba má enquanto o porquinho se cagou pra valer! – Mas o que é isto? Quase esse lobo era fervido, não é seu porquinho atrevido!!?? Hoje vamos ver quem será  cozido!!!!!
A loba má enfiou o porquinho na jaula, resgatou o lobo-cordeiro e mudou toda a fábula.

-Vamos, meu amigo, venha curtir esse banquete comigo!
- Não posso, sou vegetariano, eu não consigo...
- Hihihihi! Temos um lobo meigo e sensível por aqui!! Quer ir para o caldeirão e amolecer feito caqui? Quem não é caçador, é caça!!! Ora bolas, você é lobo ou somente disfarça?
- Vejo que sua fome é do tamanho do mundo, sua barriga parece não ter fundo. Sempre está querendo mais, pois nada lhe satisfaz...

- Desse papo furado já estou saturada, vou cozinhar o presuntinho, não me importa se lhe desagrada.

Quando a loba má ia jogar o porquinho no caldeirão, o lobo-cordeiro ouviu o que lhe falava o seu coração. Mesmo tendo aprendido sobre o ahimsa, a não-violência não correspondia ao seu grau de evolução. Ele era um guerreiro e deveria cumprir a sua missão. Ahimsa não é covardia. Ele não podia ficar inerte enquanto a violência acontecia. Um ideal romântico na hora errada não lhe cabia. A força física, naquele momento, foi de grande serventia. Mesmo com as feridas, o lobo-cordeiro lutou até a morte e salvou o porquinho do caldeirão que fervia.

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